sábado, 6 de setembro de 2008

Novas tecnologias: como usar

Usuários expõem intimidade e reclamam de invasão de privacidade

Publicado em 28/04/2006 - 00:01



É verdade que não há nada mais libertador do que um espaço onde você pode divulgar o que quer, expressar tudo o que pensa, sente, compartilhar suas ideologias e crenças publicamente - sem precisar ter a grana da Rede Globo para tal. Também não há sentimento mais reconfortante do que o de poder conectar pessoas de todo o planeta, conversar com elas em tempo real, a qualquer momento. É maravilhosa a possibilidade de acessar informações vindas de todos os cantos do mundo, visitar bibliotecas, museus, sem sair de casa.

E o prazer de pode encontrar qualquer pessoa e ser encontrado em qualquer canto, a qualquer hora, sem precisar ficar plantado em casa esperando uma ligação? Mais: saber quem está chamando antes mesmo de atender o telefone - seja pelo toque personalizado, pelo bina ou até pela foto da pessoa no visor do aparelho?

Sem dúvida, a Internet é o veículo mais democrático que já existiu. E as novas tecnologias de comunicação, como celulares, vêm nos proporcionando uma sensação de segurança e controle jamais vistos antes. Além da sensação de nunca estarmos sós. Mas, sabe aquela história de que "a minha liberdade acaba quando começa a do outro"? Parece que as pessoas estão tendo dificuldade em lidar com isso, perdidas diante de tamanha liberdade.

Peraí, liberdade? E o tal controle? Até que ponto estamos controlando ou sendo controlados? Afinal, a popularização de filmadoras, celulares com câmeras, máquinas fotográficas digitais, entre outras tecnologias, blogs e sites de relacionamento faz de cada pessoa uma potencial ameaça à privacidade dos outros. Enfim, o que a Internet e as novas tecnologias de comunicação têm feito de nós?

"A Internet não cria nada, é apenas um espelho da sociedade, só mostra o que já existe", explica Erick Itakura, psicólogo e pesquisador do NPPI (Núcleo de Pesquisa da Psicologia em Informática) da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo). Segundo ele, não é à toa que 70% dos 17 milhões dos usuários do Orkut são brasileiros. O fato reflete uma característica cultural. "O brasileiro gosta de se mostrar, 'aparecer', de ser 'social'. Já os norte-americanos e europeus privilegiam mais a privacidade", explica, o que mostra que a Internet não está modificando nossa noção de privacidade, apenas reproduzindo qual é a nossa real concepção sobre privacidade e até que ponto a valorizamos.

Segundo ele, a Internet em si não transforma ninguém em um voyuer, narcisista, exibicionista ou pedófilo. Tampouco o Orkut é culpado por agirmos como crianças de quinta-série competindo com os amigos para ver quem é mais sexy e popular. A rede só abre espaço para as pessoas que já são assim se mostrarem. "Todo ser humano tem certas características. As pessoas encontraram na Internet o lugar onde pode expressar essas necessidades", diz.

Dicas
"O Orkut é um 'Big Brother' virtual. Tem que saber se apresentar ali dentro", recomenda André Teles, autor do Livro do Orkut, onde dá dicas de marketing para que as pessoas tirem melhor proveito da ferramenta. Segundo Teles, as pessoas estão usando o orkut sem a consciência da falta de privacidade. É preciso ter muita cautela até por questões profissionais, já que os departamentos de Recursos Humanos das empresas estão usando o site de relacionamento para conhecer melhor o perfil das pessoas.

"É preciso ter consciência que o Orkut é uma espécie de homepage sua", alerta. E explica: "não que você tenha que passar a imagem do que você não é. Mas tem que se expor de forma que possa trazer benefícios para você".

Ele dá as dicas:

  • Fuja de comunidades do tipo "Odeio acordar cedo" e "Odeio o meu chefe";
  • Bloqueie o visualizador de perfil;
  • Se quer privacidade, não use os scraps (recados) do Orkut para procurar relacionamentos. Existem outras maneiras de fazer isso, como por e-mail;
  • Não divulgue seus telefones e msn.
fonte:http://yahoo.com.br

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